A DUALIDADE HUMANA É REFLEXO DA NATUREZA
(MESTRE POP)
A causa da existência da dualidade humana é a Natureza. Está na Natureza a origem do bem e do mal, o princípio das duas realidades que dão o duplo sentido à existência, as duas naturezas presentes no comportamento humano. E é em seu dualismo que surgem as contradições, dado o duplo sentido de tudo. Somos duais providos desta faculdade que é o amar e odiar, o querer e o negar, o aceitar e o rejeitar.
Os opostos constituem o grande paradigma da natureza humana. Estamos permanentemente numa luta para a superação desta condição. O dualismo está no ser humano como parte de sua natureza, razão pela qual o ser humano nunca é plenamente bom, nem simplesmente mal. Somos incapazes de superar estas condições. A busca permanente do homem para superação desta condição está na busca de caminhos, caminhos estes representados pelas religiões e pelas ciências.
Na origem desta natureza está a ambiguidade, a permanente luta do homem entre o bem e o mau, entre a vida e a morte. A realidade é construída a partir desta natureza. Na natureza, não há a consciência do bem nem do mal. Simplesmente a natureza age de acordo com sua própria condição. Por isso o dia e a noite, o frio e o calor, o longe e o perto, a vida e a morte, o claro e o escuro, o bom e o ruim, o sim e o não. A natureza é complexa na sua funcionalidade, por ser variante e inconstante, e assim também são seus feitos.
Esta inconstância está representada na condição física e emocional do ser humano. Daí a instabilidade emocional. Ora bem, se sentindo alegre. Ora se mau, se sentindo triste. Ora animado, Ora desanimado. Exatamente como a natureza, que ora é frio, ora é calor, ora muito frio, ora muito calor. Não há como descompatibilizar o ser humano de sua natureza. Por isso o bem ou o mau não é uma opção, mas sim uma condição da Natureza humana. Por isso as verdades existentes no mundo são relativas. Não podendo haver nenhuma realidade que sobreponha outra, como realidade una, pois tudo se divide. Sendo assim é necessário que aprendamos a lidar com a diversidade, seja esta religiosa, política, filosófica e comportamental dos seres humanos.
Por isso não adianta odiarmos as cobras por seu veneno, e nem tampouco amarmos as flores por seu perfume. Porque assim como existem as flores lindas, que nenhum perfume tem, existem aqueles em que não há beleza, mas cujo perfume nos embriaga e encanta. Assim também são os seres humanos, que se representam pelas aparências de serem bons, mas em sua prática de vida, não conseguem permanecer com a mesma atitude, alternando seu humor, e consequentemente suas atitudes.
E é por isso, que o homem é um grande problema para si mesmo, visto que não consegue conhecer a totalidade de sua própria natureza e de todas as coisas existentes.
“Infinitamente incapaz de compreender os extremos, tanto o fim das coisas como o seu princípio permanecem ocultos num segredo impenetrável, e é impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve”.
A Cultura Racional, na qual me fundamento nos proporciona compreender a profundidade da dualidade da natureza, esclarecendo-nos a sua gênese, causa e efeito e esclarecendo-nos que existe a possibilidade concreta do equilíbrio entre estas duas forças, criando com isso uma unidade capaz de superar a própria dualidade.
Essas informações e esclarecimentos estão contidas nos livros Universo em Desencanto de Cultura Racional.