(Danusa Paulino Souto)
Cultura Racional é de um campo metafísico, transcendente, que é de um âmbito real, natural, que é o campo do “aquilo que é”, sem contradição alguma.
Metafísica é o conhecimento que se eleva acima das experiências, o que procura determinar a Natureza essencial da existência, da realidade e do conhecimento humano.
Um exemplo do que quero dizer, é um argumento de natureza didática e que chega a ser até um pouco engraçado, mas que nos dá uma idéia perfeita sobre isso, que são “regimes para emagrecer”. Por exemplo: existem regimes para emagrecer de tudo quanto é tipo, como dieta do líquido, dieta das proteínas, dieta da sopa, dieta da lua e etc. Essas dietas é como se fossem as explicações materiais dos regimes. Pode ser bastante eficaz para uns, para outros nem tanto, depende do metabolismo (cargas elétrica ou magnética) de cada um, sendo assim um campo que entra em contradição.
Agora, qual é a explicação metafísica, a explicação que não entra em contradição alguma?
Que para emagrecer é preciso gastar mais calorias do que se ingere, não importando o regime ou a dieta que nós sigamos. Mas é preciso a determinação e a persistência.
Assim é o conhecimento Racional, é de um campo metafísico onde “a transcendência do conhecimento, soluciona a materialidade sempre”.
O conhecimento Racional não está aqui para solucionar de imediato problemas materiais, tais como, ganhar na loteria, arrumar um emprego da mais alta remuneração, prosperar materialmente etc. Mas, por ser um conhecimento da mais alta magnitude de transcendência, nos ensina a adquirir equilíbrio em todos os aspectos, nos oferecendo a consciência perfeita de como funciona essa lei de causa e efeito da vida material, tornando-se um vivente sabedor do merecimento que leva na vida da matéria.
Vamos a um outro exemplo:
Quando um leigo intelectual se depara com um folheto racional dizendo: “a causa da violência é a paralisação do pensamento”. Alguns ficam indignados e diz:
“Só isso? Que explicação mais rude! Eu que estudei tanto as causas da violência e aí resumir as causas a uma coisa assim tão simples? Imagine!… A causa da violência é por causa das desigualdades sociais, que é conseqüência desse sistema capitalista, que é de acumulação do lucro e da propriedade privada e blablablablabla.”
Este indivíduo está errado? Até aí não. Ele fez a explicação da materialidade até correta no aspecto sociológico e filosófico, pois afinal de contas, ela é a explicação que traz em seu bojo a sugestão e a auto-sugestão, aquela que vai atrás e volta à frente, vai à frente e volta atrás na história, dando a sensação de grande progresso de conhecimento (pelo menos é, em termos materiais) e alimentando assim o mundo acadêmico com pesquisas e mais pesquisas, teses e mais teses, e, se não fosse isso, que graça teria para a maior parte do universo acadêmico sobreviver sem as tais teses?
Mas, então, quem é responsável pelas desigualdades sociais, pelo sistema capitalista, pela acumulação de lucro? Não é o ser humano? E como ele chegou a realizar e fazer tudo isso que aqui está? Não foi pensando e imaginando (já que a imaginação é a matéria-prima do pensamento)?
Então está aí a explicação transcendente da causa da violência.
Outro exemplo, pegamos um pensador como Karl Marx, muito estudado e lido no mundo acadêmico, principalmente em Ciências Humanas. Para ele, o ser humano para fazer história precisa estar em condições de viver e para viver precisa de satisfazer a necessidade básica que é comer, beber, vestir, habitar.
A primeira coisa que o ser humano fez foi produzir os meios que satisfaçam essas necessidades. E satisfeita as necessidades básicas, com o progresso humano vão surgindo outras necessidades até surgir essas necessidades supérfluas que nós conhecemos hoje muito bem, até melhor que o próprio Marx, já que na época dele o sistema capitalista não estava nesse desenvolvimento como vemos hoje.
Percebemos assim que ele levou à evolução da história humana pelo lado da evolução estritamente material, que ele denominou de materialismo dialético e que existem no mundo acadêmico, teses e mais teses e pesquisa sobre o assunto.
Aí apareceu outro pensador chamado Max Weber, que chegou a conclusão que ele estava certo até um certo ponto, porque depois de observar as diferenças entre os sistemas capitalistas, levantou a hipótese:
“Ótimo, até aqui tudo bem, mas por que é que o capitalismo se desenvolveu bem mais, ou foi mais agressivo numa parte do mundo (ocidente) do que na outra (oriente), já que ele apresenta a evolução social material como se fosse homogênea”?
Foi aí que ele percebeu que Marx desprezou um lado fundamental das ações humanas, que é o modo de pensar de cada sociedade. O modo de pensar de uma sociedade é o que faz o “ethos” de uma sociedade, isto é seu modo de viver, sua “Ética”. Depois do modo de pensar o mundo, é que veio o interagir com o mundo material. E qual foi a ética que mais combinou e prosperou com o sistema capitalista? A Ética Protestante . E Weber estudando sobre isso escreveu um livro chamado “ Ética Protestante e o espírito do capitalismo”, mostrando que a forma de pensar protestante, que é o de poupar e prosperar, que era uma forma de orgulho e caráter deles, que foi a forma de capitalismo que mais prosperou em países como a Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.
É por isso que vemos até hoje as igrejas evangélicas que são descendentes da doutrina protestante, fazer sucesso com suas promessas de “prosperidade material e dízimo”.
Mas Cultura Racional não é contra nada e nem contra intelectual e mundo acadêmico algum, até porque os pensadores intelectuais, com seus estudos, nos ajudaram e ajudam os seres humanos a enxergar melhor como a gente se lapida, e de que forma a gente se lapida.
Agora, quando o Racional Superior nos diz que “a elevação do pensamento é muito parecida com o Raciocínio”, quer dizer que o “pensamento metafísico” é o que chega quase lá, como aconteceu com Aristóteles, Einstein, Kurt Gödel, Sanacan (citados na obra), Sócrates, Spinoza e etc. O pensamento metafísico é como a natureza da matemática, que sabe aliar a intuição com a razão, com precisão.
O que são os números? Uma bela convenção de entendimento humano. Não se vê o número 1, 2, 3 etc. andando por aí. Eles existem por convenção da razão com a intuição. E tudo o que aqui no mundo foi construído não teve o cálculo matemático por detrás?
Por isso que muitos deles, devido essa intuição versus razão, chegaram à conclusão de que se existe esse mundo, existe um outro que deu causa a esse que é o Metauniverso causador desse Universo que é o antimundo do mesmo.
Agora está aqui o Conhecimento que veio trazer e solucionar a explicação materialista e metafísica do mundo, que é o Universo em Desencanto, numa linguagem bem simples, dirigida a todas as classes sociais.