"OBRAS PRIMAS FRANCISCO DE ASSIS "UNIVERSO EM DESENCANTO" DITADO EM 1935 E CONCLUÍDO EM 1938 NUM TOTAL DE 4 LIVROS E O TEXTO A SEGUIR FOI EXTRAÍDO DO LIVRO (OBRAS PRIMAS DE FRANCISCO DE ASSIS - UNIVERSO EM DESENCANTO)
(...) " Ide ler novamente, contudo, desta vez, esquecendo vosso corpo material e visando, exclusivamente,vosso corpo primordial, deformado em fluidos no fogo. Podeis aí compreender o que significa “bicheira em pé”. Vós sois tão materialistas, que nenhum ensinamento consegue atravessar o negrume denso que cerca a casa dos fluidos. Em tudo e por tudo adotam o referencial da matéria, e se perdem em confusões, porque, o conhecimento da vida destina-se primeiro, em princípio, para o vosso ser fluídico, que deu causa a vós, e que possui vida, como se fora independente. Contudo, se fosse independente, vós não teríeis esse fardo, que vos segue por todas as vidas, que são as vossas partículas perdidas. Perdidas sim, como vós, mas sempre acompanhando seu dono. Para que então acharíeis que uma personalidade superior se encarregaria de vos alertar, com o conhecimento da formação de vossos corpos ? É para que vós próprios sejeis os juízes de si mesmos, como o derrotado, que já começa dando o seu caso como perdido. Um podre de larvas rastejantes, aderentes ao seu corpo fluídico, pode emanar boas coisas ? Pode atrair boas coisas ? Pode perdoar a si mesmo? Pode ter compreensão? Iluminação? Pureza? Consciência? Otimismo?
Confiança? Pode cumprir sua missão? Pode sentí-la? Pode definí-la? Pode encontrar-se com ela? Consigo mesmo? Com a Luz? Pode! Se elaborar inabalavelmente pela sua própria redenção. Para vós ainda há tempo, mas eis que, dentre vós, há aqueles que estão com um olho no Conhecimento e outro nas trevas, já estão em vias de decretarem as suas próprias sentenças, e se ainda não o fizeram, é porque apenas estão adiando uma situação que revelará toda a fraqueza do seu caráter. Deveis perceber, são viventes que não suportam a si mesmos. Que abominam a simples idéia de correr atrás de uma solução, porque o orgulho doentio não lhes permite descerem do pedestal de pureza que encerram. Querem sim, que lhes sigam, que lhes escutem dizer tolices trevosas, que lhes aplaudam, lhes aceitem como são. Mas não querem seguir nada que lhes demova um milímetro do empedernimento. Nem compreender, nem ouvir. Não querem amar, apenas querem ser idolatrados, vez que amados é impossível, é impossível ser amado para quem não conhece o amor. Querem mentir que são o que não são. Que fazem o que não fazem. Que sentem uma coisa linda, quando é tão ao contrário. Enfim, não querem triunfar e dizem que querem, não querem mudar e dizem que querem e que estão fazendo todo o possível para isso. E ante uma negativa, dizendo que isto não é verdade, vibram o ódio que sacode as larvas apodrecidas, e por um momento, aquela explosão de revolta expande e desaloja milhões de micro-vidas degeneradas, como se o seu manto de bicheira fluidica se desintegrasse, contaminando todo o ambiente. Dá a impressão depois, da pessoa sentir-se mais aliviada, mas, eis que isso pouco dura, ignorando a desgraça que lhe envolve. O vivente, pouco tempo depois, percebe que tudo não passou de uma ilusão de alívio e bem-estar. Por que ? Porque o seu corpo fluidico volta a recompor-se em torno de seu dono, sufocando-o novamente. Ali está o peso de quantas eternidades está vivendo sem saber disto. Onde o vivente vai encontrar forças para lutar contra o mal de si próprio. E eis que este é o verdadeiro mal de si próprio; a podridão do corpo
fluídico, degenerado em fogo, de larvas podres, martirizado e martirizando, num suplício criado pelo próprio ser que buscou assim estar e insiste em continuar. Vós podeis, filhos, mudar tudo isto. Se nenhum ser humano sobre a face da Terra pudesse, das alturas já nenhum socorro viria. Mas vede, aí está o conhecimento da vida, para arrancar-vos desta tortura. Eis porque deveis curvar os sentidos sobre o verbo da origem e procurardes somente aquilo que é pertinente à erradicação do vosso mal. Tudo que venha para erradicar este mal atroz que vos come vivo em vida, deveis encarar como salutar, porque nenhum de vós poderá ser chamado a cumprir o papel de instrumento da Luz, purgando bichos em vosso corpo fluídico. E breve, muito breve, nem sequer respostas para nada estes terão. E hoje ainda podem escutar, embora não ouçam. Mas dias chegarão, em que a surdez dos sentidos, se materializará em feitos bem piores. Por uma boa sorte, a grande maioria de vós despertará, incitando uma marcha firme para que cada qual erradique o mal de si próprio. E vós, despertos, não conhecerão o lamentar por aqueles que dormem. O porvir, se encarregará de preencher os vossos dias, a despertar outros que ainda se acharão em condições. Para estes, deveis empregar todo tempo do qual possa dispor, fazendo modo semelhante ao que foi usado com vós, com o mesmo afinco, sem esmorecer, mesmo que a pessoa se julgue derrotada. Isto é apenas uma ilusão, porque neste tempo, vós tereis a força multiplicada muitas vezes, mais do que hoje, e, para cada um sentirão o modo próprio de conduzir o trabalho de erradicação do mesmo mal que antes também dominava vossas capacidades. E os que forem lamentando, lamentarão mesmo, porque nada lhes restará senão lamentar. Nenhuma força terão contra vós. Deveis ficar livres da bicheira que pulula em vossas casas dos fluidos. Uma vez livres, alcançarão a Luz, estarão redimidos e aptos para tudo, aí sim, serão rochedos inabaláveis, luminosas e radiantes criaturas em missão de resgate, conhecedores do mal tão a fundo, que saberão a fundo, o modo elevado de elevar-se. Por que ? Por lembrarem de como eram quando sofriam por tanto, o mesmo mal. Não deveis pensar que a Luz é impiedosa quando vos sacode para salvar, porque vós nada entendeis de piedade. Piedosa é a Luz para com vós." (...)