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sábado, 7 de julho de 2018

QUAL CAMINHO QUE NOS UNE?

QUAL CAMINHO QUE NOS UNE?
(Por: Mestre Pop)
By Nalub7

Porque os homens no passado buscaram tanto uma resposta para explicar a sua existência? Simplesmente porque tinham uma vida, uma existência que interagia com a natureza. Tinha fome, sentiam frio, calor, sentiam dor. Porque existia um vazio existencial. Olhavam para o céu e viam as estrelas, a lua, o sol e se perguntavam: “como? Como tudo isso surgiu?” Porque havia uma vida que fluía no ser sem este ser saber de onde veio, apenas sabiam que existiam. A morte era outro mistério que os cercava e não tinha uma explicação. Mesmo antes de qualquer conceito, filosofia, ciência ou religião, a vida já reflorescia num universo desconhecido. O trovão, os relâmpagos, os terremotos tudo isso os inquietavam, pois tinham uma vida que interagia com estes fenômenos. Não por acaso a existência dos deuses: a mitologia.
Assim como ainda hoje, nos deparamos com mistérios e enigmas cósmicos que nos intrigam, o que dirá nos primórdios da civilização humana! O fato de existir num mundo desconhecido levou os homens a formularem suas perguntas e irem em busca de respostas, hora pelo temor do desconhecido e hora pela reflexão da realidade. Foram forçados pela própria natureza. E assim aos poucos foram formulando suas idéias, seus pensamentos a respeito da vida e do mundo. Não havia professores que pudessem ensiná-los, tiveram que aprender por si mesmos na interação com a natureza e assim sugiram os primeiros pensadores, do oriente ao ocidente, brotaram do solo existencial aqueles que mais tarde foram considerados “sábios”. Tanto no oriente como no ocidente.
E foram estes seres que abriram as portas da reflexão para a formulação do conhecimento. Muitos deles criaram escolas e tiveram seus discípulos que também pensaram fundo no legado de seus mestres e foram à frente descortinando novos horizontes de saberes. De modo que a vida que deu causa à vida, deu às suas ferramentas todas as condições necessárias para que pudessem trabalhar e cavar o desconhecido, derrubando as portas dos muitos mistérios e dos enigmas da natureza que os cercavam. Não por acaso que muitos mitos e deuses foram derrubados e outros vigoram até hoje.
O legado histórico destes seres é um pertencimento da humanidade, um patrimônio de valor incomensurável. E é deste legado que emergem os embates filosóficos e ideológicos na contemporaneidade. E por quê? Porque tivemos muitos mestres e cada um com sua mestria, com seu olhar e seu saber, como ainda hoje cada pensador tem uma opinião, um conceito e uma crença acerca da realidade, realidade esta que tanto inquietou os seres humanos no passado. A ciência só existe porque houve os pensadores, que se debruçaram diante do desconhecido formulando suas idéias sobre isso ou aquilo. E tudo isso se constituiu em diversas escolas de saberes, e são estes saberes dividem a humanidade. Razão pelo qual o pensamento ocidental é muito diferente do pensamento oriental.
As divergências humanas têm origem no saber, no fazer e no ser, no ser diferente, no pensar diferente e é isso que gera a desarmonia entre os seres humanos. Por isso não existe unanimidade sobre nada. Esta dicotomia criou um imenso paradoxo entre os humanos, razão de existência de materialistas, existencialistas, criacionistas, evolucionistas, ateus e os desinteressados, o chamado, senso comum. O tempo e a história não elegeu um só sábio para ser protagonista e mensageiro da verdade das verdades, mas sim diversos! Quem afirma ser detentor da verdade absoluta, falta com a verdade, pois não existe uma só verdade, um só legado.
Toda forma de pensar no presente tem origem no passado, apenas novas teorias sugiram, novos conceitos foram reformulados, nas ciências, porém não nas religiões, pois continuam paradas no determinismo. E são estas que fazem de deus uma colcha de retalho. Onde ninguém se entende, se aceitam aparentemente, pois ao entrar no âmago das doutrinas e dogmas se dividem. Nas ciências não é diferente. Portanto o pensamento nos divide em costumes e tradições, nas línguas, nos sistemas políticos, nas diversas formas de organização social e econômica. Tudo isso resulta dos pensadores do passado. Estamos presos ao passado. Mesmo com todo avanço da ciência os mitos do passado permanecem vivos. E por quê? Porque somos seres livres pensadores assim como nossos ancestrais de modo que ainda estamos vivendo em um mundo desconhecido. Somos alimentados por crenças e pela ciência que também é uma crença. Enquanto que a mesma natureza que inquietava nossos antepassados continua sendo implacável, nos desafiando a cada momento. Dentre todos os fenômenos da vida, é a morte o mais implacável. Esta ninguém superou, continua sendo uma protagonista da vida.
Sendo assim, qual patamar que nos encontramos no processo de nossa evolução? Que crença ou qual saber pode nos unir, já que estamos separados pela fé e pela incredulidade? E como criar uma unidade de pensamento fraterno se a própria natureza é uma dualidade?
Ao contrário de todas as doutrinas, seitas, filosofias ou religiões existentes no mundo, que sempre se mantiveram divididas, a Cultura Racional é o único conhecimento que vem para unir, unir fraternalmente e racionalmente toda a humanidade. Isso pelo fato de ser a cultura para desenvolver o raciocínio, que é razão, ou seja, causa, causa da existência da própria existência. É na causa de tudo que os seres humanos irão se encontrar, descobrir quem são, e aí virá a verdadeira paz e fraternidade universal. Pois o maior patrimônio da vida é o se conhecer.

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