TOPO
ATÉ CAVALO TEM DIPLOMA
A varanda reluzia como cristal, seus janelões de vidros passavam a luz do amarelo majestoso, a melodia dos curiós em sintonia com os sabiás que orquestravam com o verde da montanha soberana que um dia ardia incandescente de um vulcão, teve que ceder o lugar para a mais pura das energias.
As manhãs, as tardes, as noites, lá estavam sempre pessoas querendo resolver os seus problemas, às vezes físicos, financeiros, familiares, diversos deles. E o Mestre MJC sempre com sua paciência e infinita bondade, sabedoria superior, atendia a todos e resolvida tudo.
Lá no retiro Racional, um lugar sem qualificações materiais, com seu Marco do Terceiro Milênio erguido aos olhares de uma natureza mãe que sofre em ver seus filhos desobedientes.
Além de pessoas que ali iam para pedir pessoalmente ao Mestre que as ajudassem a resolver seus problemas, também lá estavam: Cientistas, religiosos, políticos, pesquisadores de outros países, pessoas de todas as idades e de todos os tipos e também os céticos e curiosos, aqueles que não acreditavam em uma palavra do que ouviam do Homem do Outro Mundo.
Em sua varanda, lá estava o Mestre, admirando a paisagem, distribuindo ordens para os residentes, orientando todos. Ao lado da varanda, um estacionamento grande, chegou um carro, desceram alguns estudantes e com eles um homem muito letrado, orgulhoso e vaidoso com tantos diplomas de nível superior. Recebeu todos com muita educação, mandou servir cafezinho para todo mundo e começou a prosa. Todos falavam e o único a ouvir e não falar quase nada era o homem que tinha muitos diplomas, ele não falava com a boca, mas pensava, falava o tempo todo com o pensamento e seus pensamentos diziam que não acreditava em uma só palavra do que estava ouvindo, ele dizia pensando: “eu que estudei tanto, fiz tantas pesquisas e não cheguei a nenhuma conclusão da origem da humanidade: de onde viemos e para onde vamos, como é que este homem que não estudou nada pode saber de tudo isso, as palavras dele só teriam valor para mim se ele me apresentasse pelo menos um diploma e ele não tem nada”.
Mal sabia ele que o Mestre ouvia literalmente os pensamentos de todos. Logo após aqueles pensamentos do pesquisador, o Mestre se levantou, o chamou para entrar em sua residência e nas paredes, mostrou muitos diplomas dos cavalos Manga Larga que o mestre criava e que eram ganhadores de diversos prêmios brasileiros. Lá na parede estavam todos os valorosos diplomas assinados por organizações respeitáveis de criadores brasileiros. O Mestre andava para um lado e para o outro mostrando os mesmos diplomas para o homem e isso demorou um bom tempo, o homem sem entender muito de cavalos olhava já cansado para os mesmos diplomas e o Mestre falando as mesmas coisas dos cavalos: “Este diploma aqui é do cavalo tal, este outro aqui é do cavalo tal” e assim foi até que o cidadão olhou para ele e refletiu os pensamentos: “Eu estou tão orgulho de meus diplomas e estes cavalos todos, também tem, até cavalo tem diploma e eu aqui cheio de vaidades e desrespeitando este homem com meus pensamentos”. Quando estes pensamentos acabaram de ecoar, o Mestre o chamou para voltar para a varanda, mandou servir mais cafezinho para todos e a prosa desta vez continuou sem a interrupção dos pensamentos céticos do diplomado que narrou tudo depois para os amigos.
Salve Todos.
Ubirajara Pisão
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A PAREDE BALANÇOU
Estávamos na construção do Monumento Racional.
Uma grande obra que o Mestre MJC supervisionava pessoalmente com suas ordens que iam além dos conhecimentos arquitetônicos convencionais, pos fazia marcações de medidas perfeitas com os pés.
Distribuía o serviço de acordo com as condições físicas de cada um, mandava rebocar as paredes assim que elas eram erguidas, o reboco ainda fresco mandava dar a caiação (pintura com cal) e o mais inédito e um tanto perigoso para as convenções técnicas de obras: naquele monumento o concreto não tinha tempo de secagem convencional, tudo era feito com as ordens pessoais do Mestre.
Um grande monumento, simples aos olhos humanos, grande, belo e majestoso, como um rei que se destacava em um verde que pintava os pés de um antigo vulcão.
Um número incalculável de colaboradores terrenos que se misturava com o brilho dos donos do lugar que tinha pressa em sua construção.
Eu estava dentro do monumento, na frente, quando as colunas em forma de arco, três belas e grandes colunas tinham sido terminadas naquele momento, quando o último balde tinha sido derramado dentro de suas formas, outra equipe já estava levantando uma enorme parede por cima, outra equipe já rebocando e outra ia caiando.
O tempo parecia que tinha parado. De maneira muito rápida aquela parede enorme estava erguida com suas escoras, formas de madeira que se misturavam com os colaboradores, como um formigueiro muito bem orquestrado.
O Mestre chegou bem embaixo da parede por dentro, eu estava próximo ao encarregado da obra que era muito fiel as ordens do Mestre, só que aquela ordem ele demorou a cumprir.
-Retire todas as madeiras e formas eu quero ver isso aqui limpo, retire agora, manda o Mestre.
O encarregado o chamava de pai:
-Meu Pai, se eu retirar as madeiras, tudo isso aqui cai, a parede é muito grande e o concreto foi colocado hoje, acabamos ainda agora, fala o encarregado da obra.
-Retire as madeiras, eu estou mandando, mais uma vez manda o Mestre.
-Meu Pai não posso fazer isso, vai cair tudo, é muito perigoso, assustado fala o encarregado da obra.
Mais uma vez a atmosfera do lugar parou em silêncio total, ouvíamos a respiração um do outro, olhares atentos, a mente de todos vazia, esperando algum acontecimento.
O Mestre, com tom alto na voz:
-O Rapaz, quem está mandando sou eu, eu digo que não vai cair, eu garanto, eu estou mandando e estou garantindo e você obedeça.
O Encarregado que era muito obediente, naquele dia deve ter duvidado mentalmente de tudo que havia aprendido, quase chorando e com voz baixa, mandou retirar as madeiras das colunas e vigas.
Em poucos segundos todo madeiramento estava abaixo e o Mestre ficou bem embaixo da parede juntamente com todos nós.
Aquela grande parede parecia que estava viva, assim que as madeiras foram retiradas, ela balançou, o seu primeiro balanço foi para dentro do Monumento a onde o Mestre e a maioria de nós estava.
Balançou para dentro e para fora aos olhares atentos e parou um pouco fora de prumo, mas não teve o atrevimento de cair. Está lá até hoje para quem quiser observar, firme como uma rocha e um pouco desaprumada, visível a olhos nus como uma marca para nunca esquecermos deste acontecimento inédito.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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APOTEOSE RACIONAL
Saíamos aos domingos de manhã, entre 7h e 7h e 30min de Belford Roxo, RJ para divulgar a Cultura Racional. A divulgação era feita o dia inteiro e só parávamos para almoçar, continuávamos divulgando e de tardinha, íamos para o Retiro Racional assistir um bonito jornal chamado Jornal Racional, jornal este com mensagens do Racional Superior e relatos Racionais. Tudo sempre supervisionado pelo Mestre MJC.
Aquele domingo parecia estar diferente, o sol reluzia em nossos uniformes brancos refletindo sua força, os caravaneiros com sorrisos no rosto, os dentes com luminosidade causando inveja a qualquer jóia material.
Eu olhava todos e achava que tinha alguma coisa diferente. Cada um falando assuntos mais bonitos do que o outro. Eu confesso que fiquei um pouco espantado, mas logo, passou o espanto e estávamos indo em dois ônibus pertencente à Cultura racional de cores: verde, amarelo e se a minha memória não está enganada, também tinha a cor branca.
Íamos felizes para um Bairro aqui no RJ chamado Pilares.
Chegamos no local, todos começaram a descer dos Ônibus. Desci e fiquei ao lado do Conferencista muito conhecido e amigo do Mestre chamado João Cruz. Fiquei olhando aquela manhã especial, bonita e ao mesmo tempo inesquecível. Fiquei parado ao lado do Conferencista João Cruz esperando todos os caravaneiros descerem do ônibus para darmos inicio a propaganda de porta em porta.
A rua mal se via o asfalto escuro, o uniforme Racional como brilho verde do mapa, o portal amarelo com o tom do seu reinado e o branco da paz, dominaram o lugar com as “Garças Brancas” cantando a canção da harmonia, da ternura transmitindo a mais pura alegria.
Continuei fixo no meu lugar, observando e esperando o ônibus esvaziar e os caravaneiros se espalhando pelo bairro, e as ruas continuando a ser pintadas com o branco dos uniformes Racionais.
Eu queria ir junto também divulgar, só que estava esperando os ônibus se esvaziarem e pensei: “como cabe gente nestes ônibus, como pode ser isso, não pára de sair caravaneiros e as ruas estão lotadas, deve ter vindo todo mundo espremido como uma lata de sardinha e eu nem notei”. Olhei para conferencista João Cruz e disse:
-O Senhor está vendo como cabe gente neste ônibus?
Ele me respondeu:
-Você não vê que é impossível caber tanta gente assim ali dentro.
Eu: - Claro que cabe, saiu de dentro do ônibus e continua saindo, como? Eu não sei, mas está saindo ainda mais gente de branco.
Olhei para o Sr. João Cruz e vi lágrimas nos olhos, perguntei porque estava chorando, me respondeu que era de emoção de ver que aquela caravana era feita por nossos irmãos do Mundo racional que estavam ali, juntinho de nós. Eu refleti em suas palavras mais confesso que a “fixa ainda não tinha caído”.
Naquela manhã ensolarada de domingo, o povo saia de dentro das casas com lágrimas nos olhos perguntando o que era aquilo, quem eram aquelas pessoas que transmitiam muita paz. Na minha primeira casa, eu confesso que fiquei até um pouco envergonhado, pos a dona da casa pegou o prospecto que a entreguei e começou a chorar de emoção, dizendo que estava precisando daquilo e que não tinha visto nada igual em sua vida. Eu não sabia se divulgava ou se olhava para os irmãos caravaneiros, optei por olhar para os irmãos e a ouvi-los. Nunca tinha visto nada igual em toda a minha vida, ainda não sabia ao certo o que era até conversar de novo com o conferencista João Cruz que não parava de se emocionar e dizia:
-Você ainda não se convenceu? Olha quanta gente de branco, é impossível que caiba dentro do ônibus tanta gente, são nossos irmãos do Mundo Racional, é uma apoteose Racional.
Divulgamos o dia inteiro, voltamos à tarde para o Retiro Racional, com menos caravaneiros materializados, todas as dúvidas foram clareadas e o fato consumado: Uma Apoteose Racional.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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CAVALEIRO CORAJOSO
Quando divulgávamos a Cultura Racional, nem sonhávamos com computador ou computação gráfica.
Fazíamos tudo de forma bem artesanal e com a boa vontade dos estudantes dos livros Universo Em Desencanto.
Eu e mais alguns estudantes, dedicados divulgadores, divulgávamos muito em letreiros feitos a mão em paredes no Rio de Janeiro: muros, viadutos, paredes de lojas, de residências, etc.
E Em todas elas, sempre acontecia algo de especial, algo de Racional, para abreviar detalhes, em uma delas, pintava um grande muro pertencente a uma borracharia em São João de Meriti, RJ.
Pintamos a capa do livro e alguns dizeres. Quase não conseguimos fazer a pintura, pos o dono do local, apesar de não ser leitor, conhecia o Mestre MJC (coincidência) do tempo das cavalgadas em Jacarepaguá RJ, pos o mesmo gostava de cavalos e era amigo do Mestre. Disse pra gente: “_Este livro é do Sr. MJC e vocês são amigos deles, então, vocês são meus amigos, vamos conversar, eu tenho muita coisa pra falar.
Deixou-nos fartos de tanto refrigerante e sanduíches, toda hora nos trazia sanduíches e refrigerantes, não sabia como nos agradar e nos contou duas histórias marcantes que uma vai ser narrada agora de forma abreviada: Ele dizia: “_Sr. Manoel, tinha uma coragem que nós cavaleiros, nunca tínhamos vistos, nos achávamos que ele não era desse mundo, ele era diferente, nos protegia, arrumava nossas vidas (financeiramente) e fazia coisas inacreditáveis. Quando vínhamos montados de Jacarepaguá até Belford Roxo, tínhamos que passar por vários morros e precipícios (naquela época não tinha tantas favelas no RJ) e existia um caminho de um morro que só dava passagem para um cavalo de cada vez, nós passávamos por ali para cortar caminho, ficava em Jacarepaguá, só que todos os cavaleiros passavam desmontados puxando o cavalo, pos um pequeno erro, seria fatal, a passagem era muito estreita e se o cavalo tropeçasse por um centímetro, à morte era certa, cairiam no precipício cavalo e cavaleiro. E lá estávamos próximo à morte com os corações batendo fortes, os cavalos tentando recuar com medo sem querer ir adiante e o Mestre com o seu belo animal montado na beirada do precipício, sorrindo, dizendo para irmos enfrente que nada nos ia acontecer. Todos passavam com muito cuidado, com medo e desmontado e o Mestre Brincava, sempre sorrindo e nos levando adiante. Este fato era comentado por todos os cavaleiros do RJ, desde Jacarepaguá, Serrinha, Belford Roxo, etc. Ele era o único cavaleiro no RJ que tinha a coragem de passar montado naquele precipício, vocês tinham que ver, para saber como era perigoso o lugar.”
E fomos pintando o letreiro, comendo sanduíches, tomando refrigerantes e ouvindo histórias maravilhosas dos Cavaleiros amigos do Mestre.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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CONVIDADO PARA ALMOÇAR
Um amigo do Mestre MJC e meu conhecido convidou o Mestre para almoçar.
Disse: “Sr. Manoel o senhor é meu convidado para almoçar no domingo em minha casa”.
E o homem muito respeitado, com uma boa situação financeira, sabendo em partes dos poderes do Mestre, ficou feliz quando ouviu a resposta positiva do Mestre: “Domingo estarei lá com muito prazer”
A conversa se estendeu com os pensamentos do amigo em uma boa recepção com uma mesa farta, afinal, quem ia almoçar com ele e sua esposa, não era um homem comum e sim um homem de outro mundo.
Os pensamentos agitados, pensando que ia relatar o acontecimento inédito para os amigos e familiares, pos, estava orgulhoso com a resposta positiva do Mestre.
Tratou de ir ao mercado, comprou o melhor, ótimas iguarias, o melhor bacalhau, o melhor vinho, etc.
Já cedo, o fogão ardia com todas as bocas acesas com as panelas transbordando diversos alimentos e o forno quente preparado para um assado.
A geladeira mal se fechava pesada de sobremesas e bebidas.
Pos estava nervoso com a chegada do Mestre. Abria uma garrafa de cerveja, tomava uma taça de vinho para se acalmar e os nervos pareciam não parar.
Sua esposa arrumou a mesa com uma bela toalha rendada, colocou belos jarros com flores naturais, iguarias e bebidas dignas da recepção de um rei. Estava tudo pronto, agora é aguardar a chegada do Mestre.
Estava orgulho, pensativo: “será que ele vai gostar?” Pois, tinha feito o melhor.
Batem palmas em sua porta (maneira antiga de chamar o dono).
Ele olha um pouco curioso e chateado ao ver que tinha um mendigo em sua porta.
E diz com desdém:
-O que você quer?”.
O mendigo responde:
-Eu quero almoçar, estou com fome e sei que tem um banquete em sua casa.
-Tem sim, só que não é para você, é para um grande amigo e vá embora.
O mendigo ainda tentou insistir e não adiantou nada, teve que ir embora.
As horas se passam e o almoço se transforma em tristeza, pois, o Mestre não almoçou.
O Homem achou que o Mestre havia faltado com a palavra e no outro dia foi até a sua residência enfurecido, reclamou que havia feito um banquete e que ficou decepcionado com a falta da palavra e a ausência.
O Mestre disse que havia ido:
_Eu fui
O Homem:
-Como foi? eu esperei o dia intero e o Sr. Não apareceu.
O Mestre:
-Eu apareci, disse que estava com fome e que você havia preparado um banquete e você não deixou eu entrar e me mandou embora, tentei insistir e não adiantou, me mandou embora varias vezes.
Naquele momento as lágrimas corriam de arrependimento no homem e os pedidos de desculpas não paravam de ecoar.
Salve Todos.
Ubirajara Pisão
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O MESTRE DANDO PROVAS PARA UM CÉTICO
Era muito comum caravaneiros, estudantes, colaboradores e simpatizantes da Cultura racional, levarem amigos e parentes no Retiro e muitas vezes na presença do Mestre na tentativa de ajudar estas pessoas.
Um grande conferencista e amigo do Mestre levou um amigo empresário no Retiro aquela noite. Era uma noite de alegria, todos no varandão juntamente com os plantonistas e mais alguns visitantes ouviam o Mestre contando os casos antigos quando começou a Cultura Racional, seus amigos de adolescência, parte de sua infância, etc.
Contava o Mestre sobre o que já fazia quando jovem e no tempo de músico, causava espanto e admiração em todos, pois, desde criança falava com muita desenvoltura sobre o passado, sobre os movimentos sociais do presente e suas previsões do futuro sempre ocorriam.
Desmiuçava os fatos, a noite silenciara, o cintilar das estrelas era apenas um brilho a mirar na direção do varandão com os olhares arregalados das aves noturnas na porta de suas tocas que ignoravam os gafanhotos suculentos próximos de seus pés prontos para serem servidos como jantar. Todos escutavam atentamente, até os pássaros que ficavam na varanda e cantavam a noite se calaram. Naquela madrugada só uma musicalidade que não precisava de acompanhamento, apenas a voz do Mestre transmitia toda harmonia, bem afinada dispensando qualquer instrumento, a natureza emudecera literalmente. Nem as respirações e as batidas de nossos corações pareciam existir, só uma nota, apenas o som perfeito e majestoso roubava todo o cenário.
-Não acredito em nada do que o Sr. está dizendo, tudo isso é mentira, fala o amigo do conferencista destruindo aquela atmosfera de paz, de harmonia inigualável. Os curiós das gaiolas se batem, os sabiás assobiam, até as corujas dispensam o jantar e voam espantadas com a interrupção da voz Universal. Já se podia ouvir as respirações e batidas dos corações. Tudo parecia desabar, como trovoada os pensamentos voltam a nos lapidar dentro desta natureza elétrica e magnética.
-Fulano eu vou te dar uma prova de tudo isso que eu falei, fala o Mestre, apenas isso e se cala.
O conferencista se despede e vai embora com o amigo (se eu não estou enganado morava em um apartamento em outro estado).
Quando a pessoa que desmentiu o Mestre chega a seu apartamento encontra o Mestre lá dentro em pé e olhando fixamente para ele. O homem cético se espanta, sem saber direito o que falar, sem saber como o Mestre havia entrado, diz:
-Porque o Sr. não avisou que viria, eu teria preparado uma recepção.
-Fulano eu vim para te dar uma prova, eu falei que iria te provar, fala o Mestre.
Diante do descrente o Mestre o cumprimenta com um salve e vai sumindo lentamente, começando pelos pés e sobrando apenas a mão direita e da palma da mão sai uma luz forte brilhante e que depois de alguns segundos some também.
O homem fica literalmente apavorado, em pânico e começa a gritar sem parar, não conseguia parar de gritar. Os Vizinhos pensam que o mesmo tinha enlouquecido, levam o homem para o médico. Ao ser examinado, o médico diz para os vizinhos que ele não tem nada, estava apenas com uma forte emoção, receitou um calmante leve e o liberou.
O homem voltou pouco tempo depois no retiro, pediu desculpas ao Mestre e o fato foi narrado no jornal Racional que tinha no Retiro todos os domingos para o deleite de todos os presentes.
Salve todos.
Ubirajara Pisão.
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DIA DE GRAMA
Domingo Cortando Grama.
Domingo pela manhã era dia de grama, apanhar grama na mata próximo ao Retiro Racional e plantá-la no mesmo dia no Retiro.
O sol já estava quente naquela manhã de verão, o Mestre tinha pressa de ver o Retiro todo verdinho. Dois caminhões velhos tipo caçamba nos esperava pela manhã nas proximidades da piscina, dentro muitos enxadões para arrancar os pedaços quadrados de grama.
Foram divididos dois grupos, cada grupo ia para um lado da mata.
O local escolhido com grama bem verde, adulta e com solo macio.
Subimos no caminhão, o motor roncava em sintonia com a nossa falação a respeito de assuntos diversos que se misturava com o canto dos pássaros anunciando a nossa presença.
Um dos caminhões parou em frente a uma “birosca” (casebre parecendo um barzinho) nas proximidades da mata, os colaboradores queriam fazer um lanche. Fizeram uma “vaquinha”, cada um colaborou com uns trocados para comprar pão, mortadela e refrigerante. O encarregado do lanche era meu amigo que tinha graves problemas de coração e que já havia infartado.
Quando o meu amigo contava os trocados, apareceu um Sr. Alto, negro e muito simples que lhe ofereceu uma pequena quantia para ajudar na compra do lanche e disse para o amigo:
-Você tem problemas de coração, tome esta fruta (pedaços de carambola), faça uso dela que vai melhorar. O meu amigo, prontamente pegou os pedaços da referida fruta, comeu, agradeceu e o homem literalmente sumiu nas vistas de todos e ninguém sabia para onde o mesmo havia ido e nem como apareceu no local.
Foram cortar a grama, o assunto foi o Sr. que apareceu na birosca; alguns até criticaram o amigo, por o mesmo ter aceitado dinheiro de um homem com aparência tão humilde.
Eu estava no outro caminhão, fiquei sabendo do fato logo que chegamos no Retiro pelo próprio que não sabia como aquele homem que ele nunca havia visto, sabia que ele tinha graves problemas de coração; mal iniciamos a conversa, veio um recado da varanda, o Mestre MJC pedindo a presença do colaborador, quando ele chegou, o Mestre lhe deu os parabéns, ele sem entender nada, ouviu com interrogação:
“Parabéns, você foi agraciado com a presença de um habitante do Astral Superior que veio lhe dar o tratamento para ajudar na sua recuperação física, você fez por onde merecer”. E o ensinou a maneira como ele deveria fazer uso da carambola.
Este amigo apesar dos graves problemas físicos e infartos que teve, ainda esteve presente neste mundo de maneira produtiva, por mais uns trinta e dois anos aproximadamente depois do fato da grama ocorrido. Há uns poucos meses atrás, em um domingo, esteve na Caravana Racional que costumava freqüentar, se despediu de todos com lágrimas nos olhos. Dias depois partiu de volta para a sua origem, o Mundo Racional.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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O LEÃO FICOU BRAVO
Acreditava, que para nossa sorte, o grande Mestre MJC gostava de animais.
No inicio dos anos 80, o Mestre tinha muitos animais: pássaros, cavalos, bois, vacas, patos,
galinhas, gansos, porcos, cachorros, carneiros, coelhos, jibóia, tartarugas, capivara, búfalos.
Além desses (espero ter listado todos), tinha também, chimpanzé, tigre, onças pintada, onça parda, onça negra, alguns leões.
Um dia o mestre nos manda chamar próximo a sua residência no pátio do estacionamento a onde ficava alguns desses animais; alguns já adultos e presos em uma grande corrente individual, onça parda, onça negra e um leão, outros em jaula grande. E ao lado de sua residência, lá estava o Mestre com seu olhar sereno e penetrante, em silêncio. Proferiu poucas palavras, nos mandando pegar aqueles animais, os que estavam presos nas correntes e colocá-los em uma jaula pequena para transportá-los de caminhão para um sitio anexo a fazenda no alto da serra.
Eu e mais oito homens (todos jovens) aproximadamente, não tivemos dificuldades para colocar a maioria dos animais dentro das pequenas jaulas e subi-los na carroceria do caminhão, exceto um leão jovem e adulto que se recusava a entrar dentro da jaula.
Para o nosso espanto, aquele animal dócil, que estava acostumado a brincar conosco e com os visitantes, a passear no retiro com o seu tratador, sendo observado de forma curiosa por aqueles que não estavam acostumados com animais de grande porte.
Aquele leão manso ficou bravo, virou uma fera, começou a rosnar alto, a se debater e querer se soltar de uma corrente grande e ir em direção a rua, e começou a arrastar literalmente os oito homens saudáveis e fortes. A corrente de ferro parecia que rasgava nossas mãos, as mãos estavam quentes e nossos calçados eram rasgados. O leão nos puxava com estrema facilidade e nos íamos sendo arrastados, alguns começaram a cair no chão, outros soltaram a corrente, e assim foi um a um, eu fui o último a soltar a corrente, pos achei que as minhas mãos estavam sendo arrancadas e para minha surpresa o Mestre estava ao meu lado, a corrente começou a deslizar na frente de seus pés, e o leão com ar de vitória ia na direção da frente do retiro assustado com toda aquela sena. O Mestre com um gesto inesperado e até um certo ponto assustador, devido a sua idade material, ele simplesmente colou um dos pés em cima da corrente. Eu achei que o Mestre ia cair com a força do leão, me preparei para segurá-lo, fiquei de braços abertos esperando o leão jogá-lo no chão. A corrente estava embaixo de seu sapato, me abaixei para ver mais de perto, pos não acreditara no que via, me abaixei mais ainda até o chão para olhar bem, olhei para cima, e lá estava o olhar sereno, fisionomia abstrata, olhando fixo para o leão que ficou parado, sabendo que não podia derrubar aquele homem, pos quem segurava agora a corrente, não era simples humanos e sim alguém que conversava com ele. De maneira silenciosa, sem voz, o Mestre dizia que poderia entrar na jaula que ia ficar tudo bem. O ar de silêncio tomou conta do lugar, o leão parado estava, parado ficou, todos viam e ao mesmo tempo, ficaram espantados. No interior de cada um e naquela atmosfera de paz, o Mestre tirou o pé de cima da corrente e uma voz suave, cheia de ternura, parecia que vinha do espaço: “_Fulano, você sozinho pode levar ele que agora ele vai sem problemas para a jaula”, assim foi o animal ficou calmo, e entrou na jaula manso como um cordeiro.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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A PAREDE BALANÇOU Filial do Mundo Racional na Terra
Na construção do Centro Cientifico de Cultura Racional (Monumento Racional) que está ao lado da piscina do Retiro. Como muitos já sabem, naquela obra, existia hora de pegar no serviço e não havia hora de terminar e isso eu confesso, me incomodava um pouco, pos o corpo físico tem suas limitações. No inicio das obras do Monumento eu morava fora e trabalhava de segunda a sábado em uma rede de supermercados (sábado até as 12h), tirava plantão no Retiro a noite as sextas, voltava no sábado a tarde e ficava até domingo nas obras do Monumento e na segunda já saía de lá pela manhã direto para o trabalho fora.
Era de madrugada, o céu estava radiante, as estrelas pareciam se mover com o semblante do Mestre sentado na frente da piscina orientando o serviço. Fazia um pouco de frio e as pás e enxadas nos aqueciam com o movimento do concreto fresco que parecia não ter fim. As máquinas eram literalmente as humanas com as ferramentas manuais que não paravam. Ao longe, devido o número de colaboradores, poderia facilmente ser confundida com um formigueiro.
Eu estava posicionado juntamente com muitos na frente do monumento já bem adiantado em suas obras, estava construindo à calçada que dá para a entrada principal do Monumento.
Existia um mingau de fubá bem temperado com canela, erva doce, cravo, etc. com um café forte que o Mestre nos servia pessoalmente pela madrugada, aquela era a nossa hora de recreio e um pouco de descanso, às vezes voltávamos para as obras e outras vezes éramos liberados.
O mingau nos o apelidamos carinhosamente de “magau” devido ao sotaque do encarregado da obra.
Houve uma breve pausa no concreto (coisa rara), encostei a enxada no peito, sentei nos sacos de cimento, olhei para a fisionomia dos irmãos colaboradores, as pás e enxadas se calaram, um breve silêncio naquele local que se contrastava com o interior do Monumento que parecia uma orquestra infinitamente bela a onde seus acordes se harmonizava com toda madrugada.
Eu estava muito cansado fisicamente assim como os outros, eu só pensava em duas coisas: No “magau” e parar um pouco com a Cultura Racional, estava literalmente abatido e o meu corpo físico se movimentava com um esforço quase que sobrenatural, achava que não ia agüentar, pensava em voltar para a Cultura Racional quando ficasse mais velho, assim teria mais amadurecimento para entender tudo aquilo. Os outros ali pareciam que pensavam a mesma coisa de como suportar tamanha missão para a nossa salvação.
O cheiro de erva doce com canela pairava no ar, estava chegando a hora do “néctar dos deuses”, perfume doce do “magau” aliviava a dor de não se conseguir chegar até o final, a minha e a dos outros.
Nossos corpos ainda muito cansados, as enxadas paradas, olhávamos uns para os outros, olhamos juntos para o céu acima do Monumento Racional quando literalmente o céu rasgou (não confunda com vidência), como se alguém o cortasse com uma espada, ficamos espantados sem dizer uma palavra, lá de dentro do enorme rasgo um outro mundo de uma beleza que não se tem nenhum adjetivo ou qualquer palavra que se possa mencionar, pode se dizer que era muito grande, com muitos brilhos mais bonitos do que os das estrelas que conhecemos e de lá saiu um corpo grande e brilhante prateado que desceu até próximo o telhado do Monumento e depois voltou para o mesmo lugar. Quando aquele belo corpo de energia voltou, aquele rasgo enorme no céu se fechou, voltou as estrelas normal do céu e fortificou nossos ânimos de continuar firmes com as colaborações e estudos racionais. Olhamos uns para os outros, dezenas de nós, ninguém deu uma palavra, nenhum comentário, nossos semblantes de cansados agora era de sorrisos, de satisfação e as pás e enxadas agora não mais faziam barulhos, elas cantavam e dançavam juntamente com nossos corpos fortificados pela comprovação de ter a honra de participar de uma construção do Mundo Racional na Terra e principalmente continuar obedecendo ao grande Mestre sem Pestanejar.
Salve todos.
Ubirajara Pisão.
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O Príncipe
Os latidos pela madrugada pareciam roncos de trovoada, a cor negra se perdia na escuridão, o brilho nos olhos reluzia como fogo na penumbra da luz fraca do poste próximo a calçada que levava para o Prédio dos Três Poderes.
Amanhecia o dia, o Mestre sai para orientar a construção das obras do Retiro. O Príncipe ao vê-lo abana o rabo em forma de carinho.
O mestre diz: -“Este é o Príncipe”. O Príncipe o mira nos olhos e com olhar de tristeza se deita. Os colaboradores próximos, alguns caravaneiros presenciam a sena.
_”Viu, você desvirtuou o alfabeto astrológico, agora é um cão e vai ter que correr a hierarquia de animal irracional, fez por onde estar nesta condição, quem mandou?”
A esposa de um grande amigo meu que era responsável de uma caravana Racional aqui no RJ escuta e assiste tudo com os olhos céticos, não acredita em nada do que ouve e se indaga: _”Como pode um cachorro ter sido um príncipe?
Os meses se passam e o Príncipe com seu grande porte, latido de trovão, quando corria poderia ao longe ser facilmente confundido a noite com outro animal.
Na gráfica do Retiro existia o plantão noturno das mulheres caravaneiras que vinham de todo lugar do RJ no ônibus do retiro para colaborar na confecção dos livros. Passavam a noite costurando livros, dobrando papel, conversando e pela manhã iam para suas casas com ar de satisfeitas por terem cumprido mais um dever de solidariedade humana junto do Racional que na sua varanda com os plantonistas e visitantes ia conversando assuntos Racionais.
Em uma dessas colaborações a senhora citada acima que não acreditou no fato contado pelo Mestre sobre o Príncipe. Quando saía da gráfica o sol começando mostrar seus primeiros raios com a musicalidade do canto dos pássaros. Um homem alto, com roupa de nobre do tempo da monarquia, belo e com o peito parecendo estar cheio de medalhas e indumentária brilhante, toca-lhe o peito, olha bem dentro dos seus olhos. Ela se assusta e não sabe como aquele homem entrou no Retiro e quem era ele, depois de alguns longos segundos a imagem do homem belo, bem vestido, forte, começa a se transformar em um cão negro alto e com as patas dianteiras coladas no seu peito.
A mulher sai correndo rumo a varanda a onde estava o Mestre, ela conta este fato e ele diz: _”Agora você acredita no que eu falei sobre o Príncipe?” Ela responde que sim. O Mestre manda que a mulher fizesse este relato no Jornal Racional que tinha todo domingo a noite no Retiro e tal fato centenas de pessoas ouviram a história do cachorro Príncipe que já tinha sido um príncipe no tempo da astrologia.
Salve todos.
Ubirajara Pisão.
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Renascendo Para Continuar o Desenvolvimento
Uma jovem bonita colaboradora da Fase Racional falece em um procedimento médico.
O irmão mais novo da jovem e dependente da mesma fica um pouco perturbado com muitos pensamentos em sua mente: “Tão cheia de saúde, tão cheia de vida, ainda com um caminho tão grande para percorrer, tão dedicada a colaboração com a Cultura Racional, como pode ter ido assim de forma tão prematura?”. Estes e outros pensamentos jorravam em sua cabeça como corrente de cachoeira batendo nas pedras arrancando lascas do seu cérebro.
Ele não aguenta a dor, seu coração acelerado parecia que ia explodir, suas lágrimas não paravam de escorrer pelo rosto e seus pensamentos o maltratava como uma verdadeira “chuva de pau” causando uma dor quase que insuportável.
Resolveu ir ao Retiro e pedir explicações ao Mestre, queria entender tudo aquilo, afinal já tinha visto tantos casos bem mais complexo tendo a proteção Racional do leitor dos livros Universo em Desencanto, na verdade infinidade de casos e porque logo sua irmã tão dedicada, tão nova, foi falecer em um procedimento médico simples a onde o próprio médico declarou que não tinha entendido o que tinha acontecido.
Entrou no Retiro com os pensamentos que não o deixava sossegado, os raios do sol batiam em suas vistas ofuscando um pouco a visão do Varandão, a calçada parecia que se estendia e os segundos e minutos eram eternidades, seus pés estavam pesados, sua respiração ofegante e finalmente conseguiu chegar e na sua frente sem ele esperar estava o grande Mestre que antes dele falar qualquer coisa, ouviu:
-Ela já está voltando e vai nascer em uma família Racional para continuar o desenvolvimento, não se preocupe que ela está bem, daqui a pouco vai estar por aqui.
O Mestre mandou lhe dar uma colher de um calmante natural. Tomou o calmante e voltou para a casa com o coração calmo e mais conformado.
Em pouco tempo depois aproximadamente o tempo de uma gestação humana, nasce uma menina bonita, saudável em uma família Racional e quando estava aproximadamente com uns quatro anos de idade, um estudante da Cultura Racional ao fazer uma visita aquela ilustre família viu uma Jovem bonita e sorridente juntamente com o chefe da casa e alguns outros membros da família. --
Fala o visitante:
-Como vai fulana, como você tá fulana. Observou que todos ficaram um pouco espantados na residência e os olhares de interrogações o engoliam, ao voltar os olhos para a jovem notou que estava falando com uma criança bem pequena e lembrou de que a jovem que tinha pensado ter visto antes já tinha falecido, seus pensamentos ficaram bem confusos e desconversou e não tocou no assunto.
Ao ficar sabendo da história da jovem pelo irmão da mesma, refletiu que não se tratava de uma visão imaginária (não confundir com vidência) e sim de uma comprovação para mostrar para o irmão que sua irmã estava bem e ele sendo muito emotivo, o Mestre não poderia mostrar diretamente para o mesmo e sim para um amigo, teria que ficar sabendo de forma indireta por outra pessoa. Contou o que tinha visto sem mencionar nomes para evitar algum possível constrangimento para a criança e para família. O irmão da jovem ouviu em silêncio permaneceu em silêncio e sua memória viajou para o passado na presença do Mestre quando ele ouviu: “Ela já está voltando e vai nascer em uma família Racional para continuar o desenvolvimento, não se preocupe que ela está bem, daqui a pouco vai estar por aqui”.
A proteção Racional para os que fazem por onde nunca falha e sempre prova e comprova os fatos no seu devido tempo.
Salve todos.
Ubirajara Pisão
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