"O obscurecimento do vivente chegou a tal ponto que os seres materiais valem mais do que a própria vida. A vida resume-se, demasiadamente, mais do que vale. Entretanto, cada vez lhe dão menos importância. Qualificaram os seres materiais, que são menos do que a vida, com mais valor. E assim, se desequilibrando, se rebaixando, e se reduzindo cada vez mais, a ponto de conceituarem a vida e elevarem- na a alto nível de importância, na mesma hora que a desclassificam como menos do que tudo de material.
Por isso, todos guerreiam, todos lutam, por tudo se matam, pois colocaram os seres materiais com mais valor do que a própria vida, na mesma hora que valorizam a vida acima de tudo. A confusão é tão grande, que estão dentro desse encanto pavoroso, em condições tais, que não dão pelas contradições criadas entre os desígnios das coisas, devido os desentendimentos de si mesmos e das coisas, que são os pertences da vida, que perturbam, pela confusão criada, onde não pode haver entendimento nem equilíbrio no mundo. Eis a razão do sofrimento, de não poderem viver nesse encanto, onde lutam contra tudo, pois do contrário, não vivem.
Guerreiam por tudo, pela saúde, pela felicidade, pelo saber, pelos negócios, pelas artes, pelos compromissos, para melhorar e a vida se tornando, dentro dessa luta, sem proveito algum, aguardando as melhoras é o proveito que têm é uma hora para outra, acabar-se a vida.
Está aí, a nulidade de tudo; prova de como esse encanto é pavoroso e ludibriado, cheio de paliativos ilusionistas, onde todos seguem os fantasiados que, com o tempo, s encaminham para solucionar as Ilusões, mas que por serem aventureiros, não duram muito nessas ilusões."
1° da Obra
Universo em Desencanto