O que dão vocês à natureza?
Nada! Vocês, tudo tiram
dela.
Não passam de verdadeiros parasitas, explorando a
natureza de todos os modos para melhor viverem,
enquanto a
natureza não precisa do ser humano. Vocês é que precisam de
tudo para viver.
Não fizeram coisa alguma. Quando chegaram
encontraram tudo, e desse tudo que encontraram, foram
transformando, de acordo com as vossas conveniências,
dilapidando para ver se adquiriam modo mais suave de vida.
São todos consumidores, devastadores do que não
fizeram, do que não sabem como foi feito
quem o fez. Na certeza de que estão construindo, dizem: “-
Quem manda aqui somos nós.
” São inconscientes, atrevidos
varejões e insolentes.
Devastam, arrasam e modificam o que
não é seu, o que não construíram
e que, ao nascerem, já
encontraram construído.
Julgam ser muita coisa por viverem assim
inconscientemente, se tivessem consciência, veriam logo que
nada são;
procurariam outro modo para se compreenderem e
deixariam de ser como são.
Há muito que o ser humano foi
considerado pelos estudos como o parasita mais monstruoso
que existe sobre a terra
em razão dos crimes hediondos que
pratica contra as leis naturais.
É por isso que a maioria desses parasitas costuma se
considerar da seguinte forma:
“- Em primeiro eu, em segundo
eu, e em terceiro eu.
eu, e em terceiro eu.” Querendo se colocar sempre acima de
todos; que seu perfume domine todos e que a sua flor seja a
rainha de todos.
O homem é um vago bicho sem destino que nasceu em
cima dessa terra, sem saber por que nem para quê.
Um
parasita como outro qualquer, mas com maior veneno e maior
ferocidade que todos os outros,
embora inferior a todos e a
tudo. De tudo depende para poder viver,
e quer se colocar,
com a sua soberbia, sobre um ponto superior.
A idiotice do homem é tanta que diz ter nascido para
governar o mundo, mas o que se observa é que as confusões
vêm sempre aumentando
e os fracassos se multiplicando
dentro dessa camada que encara o mundo como tudo
e esquece o seu ser que nada é. Vivem assim, afogados por
esses prismas de corrompimentos,
trazendo o tormento de si
mesmos e o tormento de todos.
Eis a razão das guerras serem constantes, de todos os
jeitos e de todas as formas e o sofrimento a se multiplicar
cada vez mais
enquanto os parasitas falam que vão para
melhor e vendo que tudo vai sempre para pior.
Os entendimentos não são nenhuns, e por isso, volta e
meia todos desentendidos.
Edição de vídeo: Josias Santos
O HOMEM E A NATUREZA
(Cultura Racional 1º vol obra pag 255 a 262)