"...Então, quem és tu, que nunca pudeste dizer quem tu és, porque nunca soubeste quem tu és e por isso nunca soubeste o porquê és assim e o porquê de todos serem assim.
Vivendo como um estranho para si mesmo, és um estranho para si mesmo, porque tu não sabes porquê és assim.
E tu não sabendo o porquê tu és assim, tu és um estranho, porque estranhas seres assim.
E por tu estranhares por seres assim, tu és um estranho para ti mesmo.
E se tu és um estranho para ti mesmo, tudo que existe e que tu vês, é estranho.
Porque não sabes o que tu vês, não sabes te ver e não sabes explicar tudo o que tu vês.
És um estranho nesse mundo em que estás vivendo, estrango de ti mesmo e estranho de tudo.
Então, o que é que tu sabes desta vida que nada sabes do porquê dela, assim desta maneira?
Vivendo aí dentro desta fogueira, sem saberes o porquê desta fogueira.
Fogueira é onde todos sofrem e não sabem o porquê sofrem.
Sofrem por não saberem o porquê vivem e muito menos o porquê de onde vivem.
Vivem nesta terra, sem saber o porquê da terra.
É alimentado sem saber o porquê é alimentado e vive dentro desse fogo, por não saber o porquê do fogo.
E por viver dentro desse fogo, penando, sofrendo, até não aguentar mais e vivendo assim, horrivelmente, dessa forma.
Tu, sabes o que fazes?
Absolutamente não.
Pois tu não sabes quem és tu, como podes saber o que fazes?
Primeiro saiba quem és tu, para depois saberes o que fazer.
Na ilusão tempestuosa que arrastou todos neste dilúvio de fogo, a arte do fogo destruindo quem a criou.
A arte do fogo formou o inferno e daí a vida se tornou um verdadeiro inferno, todos sofrendo, todos penando, todos se maldizendo, todos os aflitos, todos preocupados.
Enfim, um tufão de ruínas sobre todos, dentro deste inferno de fogo.
Aduladores das artes do fogo, que as artes do fogo destruindo tudo e todos as artes do fogo se destruindo por si mesmo, porque tudo amadurece, tudo fica velho e depois de velho, desaparece.
Tudo que é de matéria por si mesmo se destrói, é a lei natural das coisas.
E assim, quem és tu, que a ilusão é tanta, que a ilusão sempre foi tanta, incapaz de definir o teu eu."
( pag. 84/85, 11° Tréplica, Livro UNIVERSO EM DESENCANTO, autor RACIONAL SUPERIOR)
