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quinta-feira, 17 de junho de 2021

A RESPOSTA



Depoimento de um "intelectual do elétrico e magnético" sobre o Universo em Desencanto.


Ao ver o Universo em Desencanto em um "sebo" do Rio de Janeiro logo fui atraído pela capa, estranha, mas ao mesmo tempo curiosamente familiar, como algo há muito buscado ou acalentado. O título também me chamou a atenção: considerei-o belo, mas também estranho. Afinal, Desencanto não é algo mais "humano", não pressupõe um sentimento de decepção ou desilusão, de ter alguma tristeza? Como associar tal palavra ao universo? De qualquer maneira comprei o livro, o volume um. O dono da livraria de novos e usados, meu amigo há quase 20 anos, me advertiu que o "autor do livro era maluco e a obra não dizia coisa por coisa". Ainda assim insisti e ganhei até um desconto. Havia poucos exemplares "encalhados" na estante há anos, segundo meu amigo, e ele queria mais era desvencilhiar-se de tais unidades - mais tarde compreendi, que grande lástima e desperdício de sabedoria e pura libertação naquelas empoeiradas prateleiras! Pois bem, comecei a leitura e como escrevi em meu primeiro post aqui neste maravilhoso grupo de irmãos racionais, não entendi nada, achei chato e repetitivo. Acima de tudo considerei o livro pessimamente escrito e até irritante. Logo o abandonei e repassei para outro dono de sebo em troca de "algo mais útil". O tempo passou, li e estudei obras de várias religiões, filosofias, psicologia e "esoterismos", visitei e frequentei templos de muitos grupos ditos espirituais e com o tempo cheguei a uma espécie de esgotamento, quase um enfado e uma nítida sensação de estar correndo em círculos ou ser uma espécie de cão atrás do próprio rabo. Parecia ainda mais perdido e com uma sede imensa de significado e plenitude. Mas como achar a Verdade no meio de tantas teses e contra-teses? O que de real havia em tudo aquilo no qual até garimpava algumas belas e interessantes pepitas de sabedoria, mas que sempre me faziam "bater na trave" ou acertar a cabeça em um "teto" conceitual? Em novembro de 2018 entrei em profunda crise espiritual e, quase no desespero, pus-me de joelhos e pedi: "Deus, se realmente existes, por favor revela-te a mim! Estou com a mente sobrecarregada de teorias, mas ainda faminto e quase paranóico. Conheci inúmeras práticas e belos rituais, mas o coração segue vazio. Ajuda-me, seja quem for!" Proferi tais palavras ou algo parecido algumas vezes, derramei meu ser e descansei. Tive a certeza de que seria respondido, que não estava sozinho e que Alguém teria compaixão de mim. No dia 25 do mesmo mês de novembro de 2018 mais uma vez vi um grupo de pessoas que se reuniam na praça do meu bairro em Itaboraí (RJ), sempre achei que eram espíritas e nunca tinham me chamado tanto a atenção. Naquele dia um deles estava atravessando a rua com o neto - um homem de nome Thyago, muito bondoso - e vi um livro azul na mão de dele. A reunião do grupo aparentemente tinha acabado e ele se dirigia a um ponto de ônibus com a criança. Claro que logo reconheci a obra como aquela que anos antes havia adquirido e sinceramente detestado. Mesmo assim - e "do nada"! - Perguntei onde poderia comprar, mesmo sabendo que meu colega livreiro tinha exemplares usados. Aparentemente caberia ao Sr. Thyago, instigado pelo Racional Superior, ser o instrumento para uma nova e definitiva aproximação do "Livro Deus"  deste pensador obtuso, pois muito sorridente me presentou com um exemplar. "Tome este para você meu irmão! Leia com vontade e todos os dias que sua vida começará a mudar, eu garanto." Um pouco surpreso com a alegria e a generosidade do homem de branco peguei o livro, agradeci e...começou a grande aventura! Brilhantes momentos, brilhantes horas e brilhantes dias! Desta vez tudo fazia mais sentido e uma sensação até física como um "suspiro gostoso no peito" aumentava meu prazer na leitura. Em dados momentos me via sorrindo sozinho ou dizendo "é isso", o equivalente do "Eureka" dos gregos em alguma grande descoberta. Entendi o porquê do Desencanto no título do livro. Eu estava agoniado e andando em círculos, compulsivo e sem sucesso atrás de ideias e do último "guru" da moda apenas porque este que escreve estas não tão bem traçadas linhas e os próprios gurus, filósofos, psicólogos, místicos, cientistas e etc vivemos sob um sortilégio, um feitiço, uma Maya, como dizem os hindus, um...Encanto! Eu batia a "cabeça no teto" porque a grande verdade é que todas as teorias e pessoas faziam e fazem seus esquemas ainda dentro do mundo enfeitiçado, estão no mesmo barco que eu. A resposta, a salvação, a IMUNIZAÇÃO contra o encanto, o DESENCANTO tinham que vir de fora, do Alto! Não adianta buscar onde nunca se vai achar! Ganhei de presente a obra básica e estou seguindo a trilha. E assim, concluindo este meu segundo texto no grupo e já me desculpando por sua longa extensão, digo a todos os irmãos, falo como alguém que já provou muitos caminhos e teorias: a Cultura Racional é a corda lançada do Alto para salvar os que estamos no buraco do mundo enfeitiçado, encantado; o Universo em Desencanto é a chave que escancara as portas da prisão da mente, destrói as algemas dos escravos da "bruxa eletromagnética cósmica" e nos leva para casa! Chega de correr em círculos. 


(Jornalista José Pinheiro)




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