Há muito que todos os povos imploram um meio melhor para viver, porque de muito o sofrimento é reinante entre todas as camadas. As guerras constantes, as lutas para fadigantes, a miséria atordoante e os queixumes a todos os instante. Os povos já reconhecem, há muito, que não podem viver assim. O desassossego em todos os lugares, em todos os lares, e o sofrimento do mesmo jeito. Sofre o rico, sofre o pobre desamparado, e sofre o remediado. O sofrimento sempre se multiplicando cada vez mais, e as ruínas sufocando todos. Vivem os povos num verdadeiro delírio. Uns menos, outros mais, e outros que já não resistem mais, por viverem nas condições de um mundo que se desdobra para pior. Ninguém sabe o que faz, ninguém se entende, ninguém se compreende; a dúvida de todos é reinante em todos os pontos de vista; não há uma certeza, ninguém se pode firmar, vivem todos no ar, sem sossego; quando não é por isso é por aquilo; quando não é de uma forma é de outra; entre graúdos, na classe média, na inferior. Um dilúvio Infernal exalou-se entre todos, e o mundo do jeito que está, não se encontra mais superioridade na vida como encontrava. Não é mais a vida de outros tempos, tornou-se a não valer mais nada, porque sofrem os grande que dizem que sabem, sofrem os médios que dizem que sabem e sofrem os pequenos que nada sabem. Quer dizer, que é um saber que não corresponde ao viver, que não corresponde à vida. E dessa forma, que vale viver?
