Ninguém se conhecia, ninguém sabia o porqué que assim eram, e assim, viviam pensando que a vida era essa mesma nesse estado de inconsciência, em que ninguém sabia dizer porque era assim como é.
Foram feitos todos assim, ninguém sabia quem fez todos assim e viviam todos desconhecidos de si mesmo, por ninguém saber porqué eram assim.
A vida era estranha para todos, porque ninguém sabia dizer porquê era assim como é.
E faziam uma infinidade de julgamentos da origem da vida, imaginando e pensando, sem saberem o porqué pensavam e sem saberem o porqué imaginavam, porque ninguém sabia dizer porqué era assim como é.
E esse era o estado em que todos permaneciam numa contradição consigo mesmo, porque ninguém se conhecia.
A contradição era tanta, que se julgavam ser o que não eram.
Porque mantinham as aparências acima de tudo; nas aparências estava o tudo da vida.
Enriquecidos pelas aparências, e assim, vivendo sem se conhecer.
E por não se conhecer, sofrendo as conseqüências do desconhecimento de si mesmo.
As aparências eram as fantasias passageiras, que embriagavam e dominavam todos.
E esse era o estado de contradição que fazia com que todo pensador fosse um sofredor e mortal.
(Cultura Racional 128 H, Livro UNIVERSO EM DESECANTO)