Francisco de Assis disse: "Aquele que buscamos é aquele que vê"
Nesta pequena citação, Francisco de Assis nos esclarece que há alguém em nós que nos observa e nós somos os observados.
O animal Racional é o único que é capaz de observar a si mesmo, e muitas vezes, essa observação pode ser impregnada de horror, principalmente, quando o observador se sente impotente de impedir que o observado, nós mesmos, realize atos insanos, o que torna a dor e o sofrimento ainda maiores na vida.
Esse observador é a individualidade perdida, a alma que sente muitas vezes a distância do que vê, porque o quê vê é a matéria - uma emanação misteriosa cuja fonte é desconhecida da humanidade.
Emanação por quê? Porquê como uma aparelho de televisão que sem a energia elétrica apenas se apaga ficando vazio, assim o mesmo ocorre com as percepções que temos do mundo.
Tudo é percepção que temos do mundo.
Um pássaro que vemos é um campo elétrico e magnético que é interpretado como um pássaro pelo cérebro.
Portanto não vemos o mundo como realmente é, mas como é interpretado pelo cérebro.
Buscamos controle daquilo que realmente nos controla e vivemos a vida acreditando num controle aparente, como se fossemos pilotos de uma nave que voamos nas diferentes fases de nossa vidas.
Mas, entre uma fase e outra é que perceberemos, ao adentrarmos uma zona turbulenta, que não temos controle algum e que estamos sempre à mercê da sorte.
Hoje porém, podemos ter conhecimento da origem dessas emanações que tiveram seu princípio e terão seu fim.
Hoje podemos acessar o conhecimento que nos esclarecerá como foi o início dessa odisseia em que vivemos, o porquê somos prisioneiros dos instintos que muitas vezes parecem querer escapar à racionalidade humana e traçar seu próprio caminho na decimação da matéria.
Pois regido tão somente pelos instintos, jamais se chega à unidade, atingindo apenas à sua fragmentação e degeneração. Precisamos conhecer a origem dessa emanação para que possamos resgatar os degraus descidos até aqui.
( João de Castro)